A assustadora história dos quadros das crianças que choram


Há aproximadamente vinte e cinco anos, minha mãe levou um dos maiores sustos da sua vida.
           
Enquanto limpava a nossa casa, uma humilde construção de madeira localizada na cidade de Canoas, precisou ficar com o corpo todo no chão para passar o aspirador debaixo de uma cômoda.  Eis que, durante a manobra, ela ficou de cabeça para baixo por alguns segundos. E, nesta posição, ela enxergou a verdade por detrás do quadro que adornava a nossa parede.
           
Era a imagem de uma linda criança loura que tinha lágrimas nos olhos e um semblante tristonho. O exemplar despertou na minha mãe um terrível desconforto. Após se erguer do chão, ela retirou o quadro da parede, atravessou a rua e o arremessou no lixo. Não recorda exatamente aquilo que viu, entretanto, relembra a visão como algo medonho. A verdade era que a pintura, ao ser vista de ponta cabeça, trazia uma perspectiva aterrorizante.
           
Intrigado com a história, descobri que esta réplica provavelmente pertencia a uma coleção de quadros que foi muito popular nas décadas de 70 e 80, assinada por Bruno Amadio, vulgo Giovanni Bragolin.  


           
Pintor de formação acadêmica, Bruno Amadio se tornou popular ao criar os Crying Boys – quadros das crianças que choram. No total, a coleção contou com vinte e sete obras diferentes. Há quem diga que o a inspiração do pintor surgiu nas suas andanças durante a Segunda Guerra Mundial. Soldado do exército italiano, Amadio teria se baseado no sofrimento de crianças nas cidades e aldeias que percorreu. O peso emocional do trabalho tornou as pinturas muito populares. O fato é que as imagens despertam as mais diversas emoções. E elas fizeram sucesso no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
           
E é nesta altura que entra a lenda urbana em torno do nome de Bruno Amadio. Dizem as lendas que existe uma verdade apavorante por trás deste inquietante portfólio.



Após amargar um início de carreira medíocre, Amadio teria feito um pacto com o Diabo para ver o seu trabalho deslanchar. Passou a usar o pseudônimo de Giovanni Bragolin e abandonou a temática de crianças felizes. Começou a pintar os quadros dos Crying Boys, que supostamente seriam amaldiçoados, inspirados pelo Demônio. Os modelos seriam crianças de um orfanato que teria sido posteriormente incendiado. Milhares de pessoas na Europa procuraram os jornais para relatar tragédias que ocorreram após a aquisição das tais pinturas. A situação beirou a histeria coletiva e parou nas páginas do The Sun, famoso jornal sensacionalista da Inglaterra.



Supostamente arrependido, Amadio, que morreu em 81, teria clamado que os possuidores dos quadros os queimassem. Ainda que não existam registros no Youtube, é famosa a história de que o pintor teria feito este apelo no Fantástico, da TV Globo. No final das contas, os acontecimentos em torno de Amadio (tanto os reais quanto os supersticiosos) não passam de boatos.

Outro boato tenebroso: os quadros originais e as 666 primeiras réplicas não pegam fogo sob hipótese nenhuma.

Além de trazer crianças tristes, as imagens reúnem detalhes que muitas pessoas reconhecem como mensagens subliminares. Tais minúcias são facilmente identificáveis quando observadas através de outras perspectivas.

Até hoje a história dos quadros de Bragolin assusta e impressiona as pessoas.





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